O artigo é um recorte da minha dissertação de mestrado finalizado em 2022 e intitulada Retratos Pornossexualigráficos: as histórias contadas pelas sujeitas de [r]e[s][x]istências no romper anti-higiênico com o CIS-tema de arte . Esta é uma dissertação-manifesto da minha jornada-mestrado, pela qual vou me conectando a tantas pessoas e ideias para traçar uma análise crítica do CIS-tema de arte a partir de diversos marcadores sociais como raça, gênero, sexualidade, religião, classe entre outros para pensar as artes das sexualidades. Neste intuito, estabeleço relações com conceitos como de CIS-tema (Viviane Vergueiro, 2015; Maria Amélia Bulhões, 2014); Pornografia e Pornocultura (Walter Kendrich, 1995; Lynn Hunt, 1999; Claudia Attimoneli, 2017); Pós-Pornografia (Bruna Kury, 2021; Laura Milano, 2014); Representação (Louis Marin, 2001); Contrassexualidade (Paul B. Preciado, 2017); os estudos do professor doutor Afonso Medeiros (2008, 2010, 2016) sobre as categorizações de trabalhos artísticos que transitam pela sexualidade entre artes erótica e pornográfica e vou estabelecendo relações com as minhas putarias artísticas, analisando-os criticamente em relação à construção do próprio CIS-tema de arte e dos apagamentos, silenciamentos e violências provocadas por este sistema. Buscando a partir de outras epistemologias – imagéticas e da palavra – pensar caminhos para a construção de Dispositivos de Arte (Bruno Novadvorski, 2021) que reflitam sobre as interseccionalidades entre aqueles marcadores sociais e as artes visuais contemporâneas num processo de rompimento anti-higiênico com este CIS-tema. Partindo destas relações, proponho, ao final, o conceito de Pornossexualigrafia (2022) que é um convite a ruptura, à construção de devires epistemológicos – imagéticos e conceituais.