Esta comunicação oral irá apresentar uma análise preliminar da presença e ausência de fatores diferenciais para a inclusão e diversidade de raça, gênero, sexualidades e indígenas em algumas políticas públicas de fomento ao setor audiovisual de âmbito municipal, estadual ou federal. Essa exposição utiliza como ferramentas metodológicas, o revisão bibliográfica, a análise crítica de discurso e o recurso etnográfico por meio de participação em eventos presenciais e online dedicados a temática. Para esse diagnóstico preliminar serão considerados os mecanismos de fomento que incluem em seus textos oficiais, tais como editais e/ou chamadas públicas, algum fator de diferenciação de qualificação/ pontuação de proponentes e/ou equipe no que tange aos marcadores de gênero, raça, sexualidades e grupos étnicos. É importante observar que há um debate em curso, impulsionado pela atuação de movimentos sociais como o negro, os feminismos e as sexualidades dissidentes, que apontam e vem descortinando as desigualdades estruturais existentes também na indústria audiovisual, na frente e por trás das câmeras. Frente a essa realidade urge a implementação de ações afirmativas que possibilitem o acesso a recursos e oportunidades para pessoas negras, mulheres, transgêneros e indígenas nas produções, equipes e obras audiovisuais. A breve análise demonstra um cenário incipiente de políticas com esse enfoque. Entre os principais desafios estão a continuidade e a estabilidade dessas iniciativas, assim como a demanda por conscientização de parte dos agentes de mercado e de entidades e instituições do audiovisual. Ainda que haja a reificação pública de um discurso favorável a inclusão e diversidade, historicamente as iniciativas de promoção de políticas públicas com perspectiva de ação afirmativa sofrem embargos e resistência por diferentes agentes do setor.