O surgimento de narrativas gráficas queer é um marco importante na expansão e diversificação no meio dos quadrinhos. Estas têm o poder de representar e dar voz a subjetividades não-normativas, trazendo à tona histórias e experiências que muitas vezes foram ignoradas ou negligenciadas pela sociedade heteronormativa. Com isso, o presente trabalho objetiva-se apresentar o processo de queerização da personagem travesti Paul Grappe, protagonista da narrativa gráfica Degenerado (2013), de Chloé Cruchaudet. Os quadrinhos abordam a história da primeira travesti na França, durante a primeira guerra mundial. Para tanto, utiliza-se como escopo analítico reflexões sobre narrativa gráfica e teorizações queer, tendo como base os estudos de Judith Butler (2016) e Monique Wittig (2022).