Dados do Censo escolar 2020, apontaram que mais da metade das matrículas na educação profissional técnica são de estudantes do sexo feminino. Dentre os Cursos Técnicos ofertados, destaca-se pelo quantitativo de alunas em idade reprodutiva o curso Técnico em Enfermagem. A mulher é classificada como um grupo social com especificidades que a colocam em desvantagem em relação à sua permanência em instituições de ensino. Diante do exposto surge o problema desse projeto de pesquisa, partindo da perspectiva das estudantes que são mães, questiona-se: como as alunas do curso Técnico em Enfermagem que são trabalhadoras e mães, vivenciam esses múltiplos papéis, se dividindo entre o trabalho remunerado, o trabalho doméstico, de cuidado com os filhos e a vida estudantil? Para tanto, por meio de embasamento teórico sobre a feminização da enfermagem, patriarcado, divisão sexual e social do trabalho doméstico, jornada múltipla de trabalho, bem como sobre os encargos sociais atribuídos à mãe, propõe-se uma pesquisa qualitativa por meio de entrevista semi-estruturada cujo arcabouço teórico-metodológico para tratamento e interpretação dos dados obtidos será utilizada a teoria da análise do discurso crítica de Norman Fairclough, que, tem por objetivo visualizar concretamente a realidade na qual o sujeito de estudo se encontra através da interpretação do seu discurso durante a entrevista: conectores utilizados , fatores influenciadores externos, tom de voz, alterações de humor, relacionando esses elementos ao referencial teórico utilizado na pesquisa.