No mundo contemporâneo, a visibilidade da transgeneridade faz ecoar debates sobre artes, saúde, leis, família, etc. No presente artigo, o “trabalho formal” na trajetória de pessoas trans foi objeto de reflexão, pois é possível perceber a precariedade dos vínculos empregatícios para estas pessoas quando narram desafios, deslocamentos, dificuldades e violências em tais relações. O presente artigo foi elaborado a partir de reflexões parciais do meu trabalho de tese em andamento sobre o tema. Metodologicamente, reuni relatos pessoais da experiência profissional no atendimento à população trans nos últimos anos, três entrevistas realizadas, e a revisão de literatura teórica em categorias como gênero, transgeneridade, trabalho, diversidade e precariedade (de Judith Butler). Ainda que parciais, as considerações conclusivas apontam que refletir sobre o trabalho formal é necessário para compreender o ponto nodal da violência contra as pessoas trans, se apresentando como entrave no acesso a outros direitos sociais, em que a falta de renda e ocupação de trabalho dificulta ou mesmo impede que este segmento partilhe do mundo social com dignidade. Além disso, pensar sobre essa questão também contribui em evidenciar demandas urgentes de pessoas trans que precisam de maior atenção do poder público e da sociedade.