A educação passou por momentos difíceis nos últimos anos, por conta do fortalecimento dos discursos conservadores. Falar sobre gênero e sexualidade na escola tornou-se motivo de crítica e inquietude. Todavia, sabemos que desde pequenas, as crianças são educadas a partir das relações de poder que insistem em silenciar e submeter às imposições da sociedade machista, patriarcal e homofóbica. Nesse sentido, embasar a prática educativa em ações que não aceitem tais discriminações é um ato de resistência. A educação feminista possui um papel fundamental para romper alguns ciclos e ampliar as discussões sobre as questões de gênero e sexualidade no cotidiano escolar. De tal modo, esse estudo possui como pretensão relatar as experiências pedagógicas com crianças de 4 à 5 anos de idade, em uma escola de educação infantil pública, no município de São Leopoldo/RS que buscam romper com as regulações das infâncias pelo gênero e sexualidade. Como recorte, neste resumo serão relatadas as percepções da docente, a partir da observação das crianças após a contação da história literária intitulada: Coisa de menina ou coisa de menino da autora Pri Ferrari. A escolha da história teve o intuito de quebrar alguns paradigmas, ancorada nas pedagogias feministas que incidem na luta pelas minorias, respeito, empoderamento das meninas, diversidade sexual, entre outros. A partir das propostas que foram relatadas, entende-se que é possível uma prática docente que tensionam as relações de gênero e de sexualidade, rompendo com as imposições culturais e estabelecendo relações de respeito e de amorosidade entre docentes e crianças.