SILVA, Glauber Carvalho Da et al.. . Ciência e Arte do Encontro: o Rio de Braços Abertos... Campina Grande: Realize Editora, 2024. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/106768>. Acesso em: 22/11/2024 18:51
Este artigo trata de como o trabalho do cuidado recai sobre mulheres que buscam construir suas carreiras na docência e na pesquisa em Matemática, bem como é agenciado por elas. Compreendendo gênero como uma construção sociocultural, que busca normatizar a forma de agir, ser e pensar dos indivíduos segundo ideais de feminilidade e masculinidade, percebe-se que o cuidado na sociedade brasileira é entendido como uma característica inerente às mulheres, enquanto o saber matemático é associado a uma habilidade masculina. Se em todas as profissões, a construção de carreiras já é um desafio para mulheres, sobretudo para mães, o que significa ser mulher e mãe em uma área identificada com homens? Ou, quais as dimensões do cuidado que atravessam o cotidiano dessas mulheres? Quais agenciamentos produzidos por elas na docência e pesquisa em Matemática? Com arcabouço teórico da antropologia, este trabalho objetiva discutir essas questões. Desse modo, é proposto uma análise da live intitulada “Maternidade, Maternagem e Carreira”, na qual cinco mulheres mães, pesquisadoras e professoras de Matemática – de gerações e trajetórias distintas – debatem sobre suas histórias e experiências que envolvem o trabalho do cuidado e as dificuldades para manterem sua vida profissional e acadêmica. Por fim, analisando as narrativas sobre si por parte dessas mulheres, argumenta-se que trabalho acadêmico, docência e cuidado estão profundamente imbricados nas suas trajetórias de vida, nas quais ora se destaca a sobrecarga, ora os agenciamentos que envolvem desde a produção de subjetividades, como a própria construção do conhecimento da Matemática.