Este trabalho propõe a elaboração de questionamentos acerca da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Neste sentido, busca-se discutir a educação ofertada no programa através de uma reflexão sobre a necessidade de políticas públicas direcionadas a esta modalidade de ensino, considerando o perfil discente que configura a EJA. À vista disso, objetiva-se também apresentar os óbices que circundam o papel e a formação docente diante do EJA e como o profissional docente se relaciona com essa modalidade. Sabe-se que a escolarização, mesmo que tardia, marca um processo de emancipação, portanto, a falta de acesso ou a egressão de pessoas nesse sistema exclui e rebaixa esses sujeitos no sistema de produção, favorecendo, assim, a lógica social dominante e, consequentemente, mantendo e reproduzindo as desigualdades sociais e econômicas – os interesses da classe dominante e os ideais neoliberais têm predominado nas instituições de ensino, assumindo uma escolarização pouco crítica da realidade. “Oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola;” (LDB, art.4, § VII), esta é apenas uma garantia estabelecida em lei, que na prática distancia-se da realidade da maior parte do público alvo do EJA. Portanto, o presente artigo se ampara na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) como forma de, através da fundamentação analítica, incitar um posicionamento crítico sobre a disparidade entre a realidade e a práxis, visando refletir o direito à educação de qualidade – baseada na igualdade e na inclusão – para todos.