Este trabalho resulta da iniciativa de pensar a Educação ambiental (EA) a partir da Filosofia. Por meio do projeto de ensino FilosofAL: da história da filosofia à práxis filosófica, executado no Instituto Federal de Alagoas - Campus Penedo junto a estudantes da Educação profissional e tecnológica (EPT) do ensino médio, estudamos a relação entre epistemologia e EA a partir do texto Educação ambiental: breves considerações epistemológicas de Mario Sérgio Cunha Alencastro e José Edmilson de Souza- Lima. Os autores, partindo do pressuposto de que a EA é mediada por visões de mundo fundamentadas por concepções epistemológicas, concebem que a prática da EA envolve posições político-ideológicas e divergências oriundas dos campos científico e filosófico. Fundamentados na Cartografia das correntes de educação ambiental de Lucie Sauvé, que aponta a existência de 15 correntes de EA, os autores caracterizam as abordagens da EA a partir de seus fundamentos epistemológicos e as classificam em dois grupos: 1 – abordagem conservadora (comportamental, liberal/conservadora): cujas práticas estão mais voltadas para as consequências da crise ambiental do que para as causas estruturais, buscando mudar o comportamento humano sem determinar a sua gênese e efetuando correções e melhorias nos processos de produção e consumo, sem alterar os estilos de vida a eles associados; 2 – abordagem crítica (popular, alternativa, emancipatória): cujas práticas visam a mudança de valores e a construção de conhecimentos, por meio do diálogo entre diferentes formas de saber, buscando a compreensão dos processos sociais, culturais e de produção e consumo, realizando a crítica às concepções vigentes de desenvolvimento sustentável. O caminho percorrido fornece indícios para pensar a natureza das práticas e ações de EA e nos coloca o desafio de pensar a contribuição da EPT na formação de educadores ambientais e na promoção de concepção de mundo pautada por uma ética ambiental crítica e emancipatória.