Este trabalho se dedicou a realizar um levantamento bibliográfico da produção científica relacionada à Mística como elemento de construção de subjetividades e fortalecimento identitário na formação das(os) professoras(es) da Educação do Campo com objetivo de compreender o panorama da produção científica, e, a partir de uma análise dos dados, tratar qualitativamente os aspectos da produção e as tendências que as(os) estudiosas(os) estão adotando no que tange a relação da Mística com o processo de formação de professoras(es) da Educação do Campo. Poderíamos realizar uma avaliação negativa quanto a produção de artigos, dissertações e teses encontradas e relacionadas à especificidade da Mística na Educação do Campo, contudo, ressaltamos o recente estabelecimento do paradigma da Educação do Campo no Brasil, que este mesmo paradigma ainda enfrenta inúmeras resistências e ataques por parte de governos reacionários que buscaram desmontar a política pública da Educação do Campo, nos últimos anos, intervenções federais em universidades, desmonte de cursos ligados ao campesinato, entre tantos outros aspectos que dificultaram a ampliação e consolidação com qualidade da área. O recorte temporal de 2000/2022, aplicado neste trabalho, olha para a virada do milênio com uma esperança surgindo das bases populares, da efervescência dos Movimentos Sociais, que começava a sair das roças, aldeias e quilombos para adentrar a universidade, e, o mais importante, retornar às roças, por conta da Pedagogia da Alternância. O Brasil vivia um momento ímpar em sua história, a Mística chegava a espaços que antes eram legados às classes econômicas privilegiadas, entender a ação da Mística como ação política, educadora, espiritual, artística e cultural é fundamental, não é exagero afirmar que a resistência e a existência de cursos da Ed. Campo em universidades públicas fora mantida graças à força dos Movimentos Sociais e estudantis através de sua Mística de luta contra as intervenções nas reitorias destas universidades.