Nelson Pereira dos Santos (1928-2018) é um dos grandes nomes do cinema nacional. Possui obras com extremo prestígio nesse campo cultural, dentre elas seu primeiro trabalho: “Rio, 40 graus” (1955). O filme foi a chave que abriu a porta para a entrada do cineasta no cinema profissional. Sofrendo fortes influências de filmes estrangeiros, produtos do neorrealismo italiano, o autor buscou construir um enredo que representasse a realidade brasileira e seus elementos culturais. Como parte da estrutura social do Brasil, o racismo marca uma forte presença nessa ficção e se torna um dos protagonistas. Sabe-se que ao assistir à um filme, inúmeros sentimentos são provocados no espectador. Por exemplo, há quem chora numa cena triste, há quem ri numa cena divertida, isso acontece porque esses momentos são pensados pelos cineastas, muitas das vezes para gerar essas reações em quem assiste. Os filmes podem também, por meio de seus elementos cinematográficos, instigar análises profundas sobre determinado assunto. Assim, pensando num ensino sobre temáticas raciais para os alunos, apresenta-se trabalhar tais temáticas a partir do filme “Rio, 40 graus” do cineasta Nelson Pereira dos Santos. O primeiro trabalho do diretor será o objeto de estudo numa perspectiva dos conceitos de racismo fundamentados no livro “Racismo estrutural” do professor, advogado e filósofo Silvio Almeida. Portanto, o objetivo é instigar os alunos a compreender como esses conceitos de racismo, apresentados por Silvio Almeida se apresentam na rotina dos personagens negros da história.