Os avanços da ciência e da tecnologia e a hiperconectividade nas comunicações que impactam a vida e as relações entre os seres humanos no mundo contemporâneo, não foram acompanhados de desenvolvimento equivalente na dimensão dos afetos e das emoções. A vida humana encontra-se num momento em que a depressão, o estresse e a ansiedade, potencializados pela pandemia de Covid 19, tornam urgente uma educação integral que contemple as múltiplas dimensões da existência humana. É nesse cenário que as Práticas Integrativas e Complementares (PICs) emergem como alternativa para o enfrentamento das consequências desses problemas na sociedade e nos processos educativos. Nessa perspectiva, é importante que as instituições de ensino reconheçam a urgência de propostas alternativas para lidar com os efeitos desses sintomas no ambiente escolar, assumindo uma postura ativa em prol do bem-estar da sua coletividade. O presente trabalho relata a experiência de vivências de meditação no âmbito de um projeto de extensão fundamentado nas contribuições das PICs, cuja atuação inscreve-se na confluência entre saúde e educação integral. O objetivo do estudo foi compreender o potencial da meditação, enquanto holopráxis, analisando suas possíveis contribuições para o bem-estar e aprendizagem de estudantes. A metodologia proposta privilegiou, inicialmente, ciclos de formação sobre a temática e sessões de meditação, seguida da aplicação de questionário online e realização de grupos focais, como técnicas de coleta de dados que possibilitam a análise da percepção dos participantes sobre os benefícios dos processos meditativos. Os resultados sugerem que a meditação, além de contribuir para a redução de níveis de estresse e ansiedade e de promover a melhoria da qualidade de vida, favorece o autocuidado e o cuidado com o outro, podendo influenciar positivamente aspectos relacionados à aprendizagem, na medida em que favorece a concentração, a memória, aspectos emocionais e relacionais e o bem-estar geral.