Um dos questionamentos mais relevantes na atualidade quando se trata de ensino de ciências é ‘Quais estratégias de ensino utilizar para que os alunos se engajem mais no processo de ensino-aprendizagem?’. A partir deste questionamento, o docente pode trabalhar aliando diversas abordagens e testar em suas turmas quais apresentam uma melhor apreensão do conteúdo, tendo em vista as características da turma e materiais disponíveis. Levando isto em conta, foi pensada uma proposta interdisciplinar Química-Biologia utilizando a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) para elucidar alguns componentes curriculares dos Cursos Técnicos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro campus Duque de Caxias. Este projeto foi aplicado com a turma mista dos cursos de Química e Petróleo e Gás, onde além de aprenderem a cultivar microrganismos em placas de Petri com materiais de baixo custo, aplicaram seus conhecimentos num estudo de caso desenvolvido utilizando a ABP com temática relativa ao cotidiano dos alunos, a presença de microrganismos não patógenos que podem ser encontrados em ambientes de uso diário. Devido à uma infiltração na parede de um dos banheiros do campus, houve proliferação de uma enorme quantidade de seres vivos, originando uma ampla possibilidade de exploração sobre o estudo destes seres tão pouco abordados, os fungos. Este componente curricular é de atual relevância no campo da medicina visto o contexto atual onde muitos meios de comunicação começaram a divulgar casos de infecções com o superfungo Candida auris em alguns estados brasileiros, e que apresenta alta mortalidade em pacientes já debilitados. Ao avaliar o comportamento da turma durante a aula e os estudos de caso que foram elaborados, constatou-se que tal proposta foi adequada para engajar os alunos e promover curiosidade e pensamento crítico sobre situações do cotidiano.