Este texto tem por objetivo analisar a relação entre as estratégias de trabalho e estudos desenvolvidas pelos estudantes universitários do CDSA/UFCG, especificamente nos cursos de Ciências Sociais e Gestão Pública. Buscou-se, também, identificar as dificuldades encontradas pelos alunos no processo de conciliação entre estes dois modos de vida (vida para o trabalho e vida para os estudos) e os possíveis impactos das condições de trabalho e as formas de subordinação que os estudantes se submetem para alcançar as aspirações futuras. Para tal feito, foram aplicados questionários e entrevistas, no intuito de identificar e esboçar os perfis sociais desses estudantes, suas origens sociais, área de atuação, profissão dos pais etc. Os resultados apontaram que tais sujeitos, seguem trajetórias próximas as dos pais, realizam trabalhos precarizados e fazem um esforço hercúleo para conciliar o universo laboral e o universo acadêmico. Constatou-se, também, que em decorrência da demanda no universo do trabalho, restam-lhes como espaço de estudos, “as brechas”, ou seja, os intervalos de tempo que seriam de descanso, mas que, na prática, realizam para “ler textos” ou mesmo realizar as atividades. As “brechas” como categoria explicativa destes alunos, sintetiza a lógica excludente de como a conciliação entre trabalho e estudo é uma condição específica da classe trabalhadora.