O trabalho objetiva identificar e analisar as principais necessidades de estudantes de licenciatura em Pedagogia para planejar a prática pedagógica alfabetizadora durante o ensino remoto em período pandêmico, desenvolvida no Programa Residência Pedagógica – subprojeto Pedagogia (2020-2022), na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A partir desse objetivo, discute-se o papel do docente orientador na produção de subsídios formativos para a superação dessas necessidades. Em uma abordagem qualitativa, a pesquisa documental analisa 40 planos de aula de 03 duplas de residentes, que atuaram em turmas de 1° ano do Ensino Fundamental em 02 escolas públicas, entre junho e outubro de 2021. A partir desses planos de aula, a análise buscou identificar os conteúdos mais frequentes das intervenções da docente orientadora nos planos de aula. O referencial teórico mobilizou autores dos campos da Formação de Professores e da Alfabetização, como João Formosinho e Magda Soares. Como resultados, a pesquisa identificou como principais necessidades das residentes em seus primeiros planejamentos para a docência na alfabetização em aulas síncronas o planejamento de: 1) situações de leitura e escrita de palavras e frases mediada pela professora; 2) perguntas com potencial de produzir reflexão metafonológica; 3) atividades de sistematização individual envolvendo o conteúdo estudado coletivamente na aula; e 4) correção da atividade proposta. Infere-se que o principal desafio das residentes, com o apoio da orientação pedagógica, foi sair de um modelo de aula baseado apenas na exposição do conteúdo pela professora para um modelo de aula com progressão didática que equilibrasse ensino explícito pela professora e mediação pedagógica das aprendizagens dos alunos, com oportunidades de reflexão coletiva e individual. Dessa forma, esperava-se que a nova estrutura de aula favorecesse o exercício da reflexão metafonológica, fundamental para avanço na aquisição e desenvolvimento da leitura e da escrita, que pouco aparecia nos planos de aula.