As relações de gênero são baseadas em um sistema de relações de poder constituindo um conjunto de papéis, identidades e comportamentos opostos atribuídos a mulheres e homens. Esses papeis sociais são regidos por um conjunto de relações que promovem a assimetria de poder, beneficiando o homem e a masculinidade em detrimento dos elementos femininos e das mulheres. Este trabalho tem como objetivo discutir as percepções de mulheres envolvidas no Programa de Extensão Quem disse que as mulheres não podem? Educação em Direitos, Esportes e Saúde, (PROEXT/MEC/2013), executado no município de Areia – PB, acerca das violências de gênero, doméstica e simbólica. Essa temática foi levantada por algumas das oficinas do Programa de Extensão que tinha o intuito de provocar um processo de esclarecimento e conscientização para que essas mulheres possam compreender a construção histórica da submissão feminina e da conquista dos direitos para a mudança da posição social da mulher. A análise desse estudo é feita sob o aporte teórico de Bourdieu, com os conceitos de androcentrismo, habitus e violência simbólica, como também dos estudos de gênero. A amostra foi composta por 30 voluntárias, mães com idades entre 17 e 60 anos. Os dados foram coletados por entrevistas de grupo através de oficinas realizadas no Centro Social Urbano – CSU e na Comunidade Chã de Jardim, no período de junho a julho de 2013, e os resultados apontaram para a importância de se fazer um trabalho de reflexão deste público feminino para que elas possam reconstruir conceitos e assumir a luta pelos seus direitos que ainda estão sendo negligenciados.