ESTE PÔSTER TEM COMO OBJETIVO APRESENTAR UMA PROPOSTA METODOLÓGICA PARA A REALIZAÇÃO DE PESQUISA SOCIOANTROPOLÓGICA EM TERRITÓRIO ESCOLAR, ELABORADA A PARTIR DA ANÁLISE DE PLANEJAMENTOS DIDÁTICOS FEITOS POR LICENCIANDOS DO CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS, NA DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA: CURRÍCULO, DIDÁTICA, PLANEJAMENTO (FACED/UFRGS), E, TAMBÉM, DAS EXPERIÊNCIAS NO GRUPO DE ESTUDOS EM EDUCAÇÃO E TRANSGRESSÃO (GEETRANS-CNPQ). TAIS ATIVIDADES PROMOVERAM EXPERIÊNCIAS DE PESQUISA E DE EXTENSÃO PARA A FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE DOCENTES DAS DIVERSAS ÁREAS DO CONHECIMENTO. ALÉM DE PESQUISADOR DA REALIDADE SOCIAL, O DOCENTE DE SOCIOLOGIA PODE SER UM INVESTIGADOR DA PRÓPRIA PRÁTICA EDUCATIVA. PAULO FREIRE (1997) JÁ DIZIA QUE TODO EDUCADOR É, TAMBÉM, UM INVESTIGADOR. CONTUDO, NÃO CABE A ESTE EDUCADOR ATRIBUIR SOMENTE PARA SI PRÓPRIO O PRESSUPOSTO DE UM SABER PRIVILEGIADO ACERCA DA REALIDADE SOCIAL. OS SABERES SÃO SEMPRE PARCIAIS, LOCALIZADOS E CORPORIFICADOS, COMO AFIRMA HARAWAY (1995). O EDUCADOR, ENQUANTO UM MEDIADOR, PODE TRAZER PARA A AULA OS MÚLTIPLOS SABERES CONSIDERADOS LEGÍTIMOS EM CONTEXTOS DIVERSOS E DINÂMICOS, INSERINDO OS CONHECIMENTOS DO EDUCANDO NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE SABERES NO CAMPO DE PESQUISA SOBRE O ENSINO DE SOCIOLOGIA. A PROPOSIÇÃO CONSISTE EM CRIAR, COLETIVAMENTE, EM SALA DE AULA, AS CONDIÇÕES PARA REALIZAÇÃO DE PESQUISAS QUE PERMITAM PROBLEMATIZAR E AVALIAR AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO ENSINO DE SOCIOLOGIA, BEM COMO, O PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO EM QUESTÃO, CONFIGURANDO UMA ABORDAGEM SOCIOANTROPOLÓGICA. UMA DAS LIÇÕES QUE APRENDEMOS COM O TRABALHO DE CAMPO EM ANTROPOLOGIA, É QUE ELE, ASSIM COMO A PRÁTICA DOCENTE, ELE NUNCA ESTÁ TERMINADO. PELO CONTRÁRIO, AMBOS ESTÃO INCOMPLETOS, SÃO PASSÍVEIS DE ATUALIZAÇÃO, TENDO EM VISTA QUE VÃO SENDO CONSTRUÍDOS NO SEU PRÓPRIO PROCESSO. A METODOLOGIA DA PESQUISA PARTE DE UM MODO DE AVALIAÇÃO CONTINUADA. O INTUITO É ABORDAR OS CONTEÚDOS RELACIONADOS AO COMPONENTE CURRICULAR DA SOCIOLOGIA E, COMO TAREFA EM CADA AULA, O EDUCANDO TERÁ QUE ESCREVER UMA CORRESPONDÊNCIA/CARTA, UTILIZANDO OS CONCEITOS ESPECÍFICOS TRATADOS E FAZENDO APROXIMAÇÕES COM A SUA REALIDADE EMPÍRICA. A ESCOLHA PELA CORRESPONDÊNCIA SE DÁ, POR ELA, EM SI, NÃO SER UMA FINALIDADE, MAS SIM A ABERTURA DE UM CAMINHO PARA O DIÁLOGO CONTÍNUO ENTRE EDUCADOR E EDUCANDO. O DIÁLOGO, COMO AFIRMA BELL HOOKS (2017): “É UM DOS MEIOS MAIS SIMPLES COM QUE NÓS, COMO PROFESSORES, ACADÊMICOS E PENSADORES CRÍTICOS, PODEMOS COMEÇAR A CRUZAR AS FRONTEIRAS, AS BARREIRAS QUE PODEM SER OU NÃO ERGUIDAS PELA RAÇA, PELO GÊNERO, PELA CLASSE SOCIAL [...]”. O PROJETO TEM COMO APORTE TEÓRICO OS CONTEÚDOS TRABALHADOS EM AULA, AS CORRESPONDÊNCIAS, MESCLANDO COM AS TRAJETÓRIAS E EXPERIÊNCIAS DE VIDA DOS ESTUDANTES, CONSTRUINDO ASSIM UMA CARTOGRAFIA AUTOBIOGRÁFICA. NO ENTANTO, O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO NÃO SE LIMITA, TÃO SOMENTE, A UMA DESCRIÇÃO ETNOGRÁFICA E CONCEITUAL DE SUAS VIVÊNCIAS. A CRIAÇÃO LITERÁRIA COMO POTENCIALIDADE PARA UMA PEDAGOGIA CRÍTICA E DIALÓGICA, POSSIBILITA AOS ALUNOS INSERIREM NA AULA OS SEUS CORPOS MARCADOS POR SUAS EXPERIÊNCIAS, FAZENDO IRROMPER POTÊNCIAS CRIADORAS E INVENTIVAS.