O PRESENTE TRABALHO DERIVA DA DISSERTAÇÃO INTITULADA “HETERONORMATIVIDADE E HOMOFOBIA NA ESCOLA: INTERSECÇÕES ENTRE O ENSINO DE SOCIOLOGIA E A EDUCAÇÃO SEXUAL PARA O COMBATE À HOMOFOBIA”, DESENVOLVIDA NO CONTEXTO DO MESTRADO PROFISSIONAL DE SOCIOLOGIA (PROFSOCIO), NA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA (UNESP). A PESQUISA FOI REALIZADA COM PROFESSORES(AS) DE SOCIOLOGIA DA REDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE ARARAQUARA-SP, COM O OBJETIVO DE INVESTIGAR CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DE SOCIOLOGIA SOBRE SEXUALIDADE, DIVERSIDADE SEXUAL E ENSINO DE SOCIOLOGIA. A MOTIVAÇÃO E JUSTIFICATIVA SE CALCAM NA CONSTATAÇÃO DE QUE A SOCIOLOGIA, ENQUANTO DISCIPLINA, É UM ESPAÇO PROPÍCIO PARA O DEBATE DAS TEMÁTICAS RELACIONADAS AO GÊNERO E À SEXUALIDADE (PASSAMANI, 2016), E DE QUE A ESCOLA COMPORTA RELAÇÕES QUE EM MUITAS VEZES PRODUZEM E REPRODUZEM A HOMOFOBIA, ESTA QUE PODE SER CARACTERIZADA COMO ATITUDES DE HOSTILIDADE COM HOMOSSEXUAIS, HOMENS OU MULHERES (BORRILLO, 2010). ATRAVÉS DE SUAS MANIFESTAÇÕES VERBAIS OU FÍSICAS, A HOMOFOBIA PODE CAUSAR CONSEQUÊNCIAS DIRETAS EM QUEM ATINGE, COMO AUTOCULPABILIZAÇÃO, DEPRESSÃO, LESÕES CORPORAIS, MORTE, ETC. NO CONTEXTO ESCOLAR, ESSAS CONSEQUÊNCIAS PODEM IR DESDE A DIMINUIÇÃO DO DESEMPENHO ESCOLAR ATÉ MESMO A EVASÃO (ABGLT, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO, 2016; DINIS, 2011). A HOMOFOBIA AFETA, ENTÃO, TAMBÉM A TRAJETÓRIA ESCOLAR DOS ESTUDANTES. PARA O DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA FOI ELABORADO E UTILIZADO UM QUESTIONÁRIO, APLICADO DE FORMA ONLINE, ATRAVÉS DA FERRAMENTA GOOGLE FORMS, E RESPONDIDO POR SEIS PROFESSORES DE SOCIOLOGIA DA REDE PÚBLICA, TODOS FORMADOS EM CIÊNCIAS SOCIAIS, DENTRE ELES, DOIS HOMENS E QUATRO MULHERES. TODOS OS PROFESSORES AFIRMARAM ABORDAR QUESTÕES RELACIONADAS À SEXUALIDADE E DIVERSIDADE SEXUAL EM SUAS AULAS, DOIS DELES COM FREQUÊNCIA, E QUATRO DELES ALGUMAS VEZES. MAIS DE UM PROFESSOR INDICOU A IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM SOBRE SEXUALIDADE E DIVERSIDADE SEXUAL PARA DESCONSTRUIR OU COMBATER PRECONCEITOS: “A IMPORTÂNCIA SE DÁ SOBRETUDO NO COMBATE AOS PRECONCEITOS CONSTRUÍDOS EM NOSSA SOCIEDADE” (P4), “ABORDAR A DIVERSIDADE SEXUAL É IMPORTANTE, PORTANTO, PARA DESCONSTRUIR PRECONCEITOS” (P3), “BARRAR PRECONCEITOS, QUEBRAR TABUS” (P5), “PODE SERVIR COMO MEIO DE PREVENÇÃO A FORMAS DE VIOLÊNCIA RELACIONADAS ÀS PRÁTICAS SEXUAIS E ESTILOS DE VIDA QUE A ELAS SE ENLAÇAM” (P1), E “[A SEXUALIDADE É] TEMA HUMANO POR EXCELÊNCIA, CERCADO DE PRECONCEITOS. TABU. DEVE SER DESCONSTRUÍDO” (P2). NESSE SENTIDO, TAMBÉM APARECEU A AFIRMAÇÃO DE QUE AS AULAS DE SOCIOLOGIA PODEM DESNATURALIZAR CONCEPÇÕES RELACIONADAS À DIVERSIDADE SEXUAL: “A SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO TEM COMO PAPEL PRINCIPAL A DESNATURALIZAÇÃO DA REALIDADE, A CONSTRUÇÃO DE UM OLHAR CRÍTICO, AFASTADO DO SENSO COMUM” (P3), “A IMPORTÂNCIA SE DÁ SOBRETUDO NO COMBATE AOS PRECONCEITOS CONSTRUÍDOS EM NOSSA SOCIEDADE, TENTANDO DESNATURALIZAR TAIS PRECONCEITOS” (P4), E “SE DEBRUÇAR SOBRE A DIVERSIDADE SEXUAL COM OS ESTUDANTES É POSSIBILITAR TAMBÉM QUE DESNATURALIZEM REALIDADES DE VIOLÊNCIAS DE GÊNERO QUE MUITOS ESTÃO SUBMETIDOS” (P6). FOI POSSÍVEL COMPREENDER AS FORMAS QUE PROFESSORES E AS AULAS DE SOCIOLOGIA PODEM SER AGENTES NO COMBATE À HOMOFOBIA E OUTRAS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO E VIOLÊNCIA RELACIONADAS À SEXUALIDADE. ESSAS FORMAS SE DÃO ATRAVÉS DOS PROCESSOS PRÓPRIOS DA DISCIPLINA: O ESTRANHAMENTO E A DESNATURALIZAÇÃO DOS FENÔMENOS SOCIAIS, QUE PERMITEM A DESCONSTRUÇÃO DE CONCEPÇÕES JÁ CULTURALMENTE ENRAIZADAS EM NOSSOS IMAGINÁRIOS, PRÁTICAS E RELAÇÕES SOCIAIS.