No âmbito legal, diversas leis vêm sendo criadas no Brasil e internacionalmente assegurando os direitos das pessoas com deficiência. Mas cabe ressaltar a importância da criação da Lei Federal 10.436, de 24 de abril de 2002 para a comunidade Surda, que reconhece oficialmente a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) em todo o país. A Lei só é regulamentada com a publicação do Decreto 5.626 de 22 dezembro de 2005, tornando obrigatório o uso da língua de sinais não somente para os Surdos, mas também para os professores que trabalham com esses alunos além de determinar a presença de intérpretes de Libras nas escolas regulares. Esse decreto traz ainda a obrigatoriedade da inclusão do componente curricular LIBRAS, em todos os cursos de formação de professores e em caráter optativo para os demais cursos. Destarte, este trabalho tem por objetivo apresentar e discutir as concepções de cinqüenta e sete graduandos de um dos cursos de Licenciatura da Universidade Federal da Paraíba na modalidade à distância (UFPB-Virtual), sobre o papel da disciplina Língua Brasileira de Sinais no currículo da formação de professores, e, sobretudo, de que forma essa aprendizagem se corporificará na prática educativa em sala de aula com a presença de alunos Surdos. Apesar do Decreto 5.626 assegurar a inclusão da disciplina LIBRAS no currículo dos cursos de formação de professores, é preciso problematizar se a aprendizagem dessa língua que geralmente se restringe à uma carga horária de sessenta horas/aula, está sendo suficiente para que futuros professores tenham as condições necessárias para se comunicar e sobretudo, educar alunos Surdos. Para a realização da pesquisa, utilizamos como instrumento o questionário semi-estruturado, com perguntas abertas para uma melhor compreensão das concepções dos sujeitos pesquisados. Para a fundamentação teórica utilizaremos a literatura encontrada de Libâneo (2004) e Vygotski (1993). Nos resultados obtidos, percebemos que a presença do discurso da interação nos processos educativos com alunos Surdos está muito presente, o que nos leva a questionar essas concepções. Na educação dos Surdos, a principal função da escola e do corpo docente é a de ensinar e não se limitar ao ato de interagir. Os alunos Surdos precisam ter uma formação plena e de qualidade, e através das respostas dos graduandos podemos perceber que uma disciplina de apenas sessenta horas é muito pouco para a aquisição de uma língua, que possui todos os aspectos e complexidade, que qualquer língua oral possui.