Diversos autores têm apontado para o rápido aumento de matrículas de jovens com menos de 18 anos na Educação de Jovens e Adultos. É o fenômeno da juvenilização da EJA. Este trabalho apresenta resultados parciais de uma pesquisa de mestrado em andamento que tem como propósito Investigar quais os principais fatores que influenciam no aumento do número de jovens da EJA na Escola Municipal Monsenhor João Castilho Barbosa em Ouro Preto/MG. Pretende-se investigar o perfil desses alunos, conhecer quem são, onde moram, qual o contexto social e familiar em que estão inseridos, quais suas expectativas e perspectivas, quais suas trajetórias escolares e a realidade vivida. O campo de estudo é uma escola pública, a única que oferece essa modalidade no ensino fundamental II em Ouro Preto/MG. O trabalho se ancorou principalmente em dois autores que discutem a desigualdade escolar e o papel da EJA para o sujeito, ou seja, Pierre Bourdieu e Paulo Freire. Procurou-se apreender as sutilezas através das quais processos de hierarquização, segregação e reprodução de desigualdades no ambiente da EJA acontecem e quais as expectativas e sonhos dos jovens neste contexto. A pesquisa segue a abordagem qualitativa e para o levantamento dos dados foram utilizados os recursos de entrevista e análise documental. Partiu-se da análise do histórico escolar de todos os alunos da escola com menos de 18 anos matriculados na EJA, com o propósito de identificá-los, conhecer a trajetória escolar e estabelecer critérios para a escolha dos entrevistados. Após a análise do histórico e definidos os critérios, 6 alunos serão convidados a participarem de entrevistas semi estruturadas com a finalidade de se conhecer melhor seus projetos e expectativas de vida e como suas trajetórias escolares foram se constituindo ao longo se suas vivências até chegaram à EJA. Na etapa seguinte serão realizadas entrevistas com os pais ou familiares responsáveis por sua educação. Nessa oportunidade observar-se-á o cotidiano sociocultural dos sujeitos, assim como seu ambiente familiar e as relações entre os membros da família, com enfoque nas práticas de escolarização. A pesquisa está em andamento, mas as primeiras análises indicam que aumenta a cada ano o número de jovens adolescentes matriculados na EJA em Ouro Preto. São moradores tanto do centro como da periferia, possuem histórico de repetência escolar de mais de dois anos e não tiveram interrupção nos estudos. Ao dar voz aos jovens e suas famílias, esta pesquisa se insere em um debate mais amplo sobre quem é o jovem que se encontra na EJA em Ouro Preto/MG e espera-se conhecer melhor os fatores que influenciam no fenômeno da juvenilização da EJA.