Este trabalho visa analisar a imagem do negro e da negra nos livros didáticos de Espanhol possibilitando a reflexão crítica sobre racismo e desigualdade social na escola, e suas consequências fora dela. Segundo Fernandes (1972, p.15), “o negro permaneceu sempre condenado a um mundo que não se organizou para tratá-lo como ser humano e como igual”. Negros e negras, historicamente escravizados e minorizados, sofrem com o sistema opressor ao qual foram e são submetidos em uma sociedade organizada por e para brancos. A metodologia inicia-se com o levantamento quantitavivo de textos que apresentam negros e negras em livros didáticos de Espanhol aprovados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) de 2011 e 2018, primeiro e último ano em que a língua esteve no programa antes da imposição do ensino do inglês pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Posteriormente, observa-se se os textos e as atividades incentivam a reflexão crítica e se reproduzem ou combatem discursos estereotípicos. Segundo Silva (2004, p. 51), “o livro didático, de modo geral, omite o processo histórico e cultural, o cotidiano e as experiências dos segmentos subalternos da sociedade, como o índio, o negro, a mulher, entre outros”. Utilizamos também a perspectiva das “pedagogias decoloniais” (WALSH, 2013, p. 29), que combatem práticas que privilegiam culturas eurocêntricas marginalizando as demais, destacando metodologias voltadas à resistência, à reexistência e à re-humanização. Em suma, pretende-se perceber a contribuição dos livros didáticos na formação de cidadãos humanizados atentos à diversidade racial e cultural da sociedade.