Turismo e Literatura estão cada vez mais associados, muitos escritores contribuíram para essa ligação, entre eles, Mario Vargas Llosa (1936-) que coloca a cidade de Lima na rota dos turistas que visitam o Peru. O presente estudo tem como objetivo analisar a forma como o autor insere o espaço urbano da capital peruana em seu primeiro romance La ciudad y los perros (1963). Além de ter seu centro histórico declarado Patrimônio Mundial pela Unesco, em 1988, Lima conta, ainda, com bairros muito famosos como é o caso de Miraflores que também é inserido na narrativa: “al otro extremo, cerrando la bahía invisible, el resplandor en abanico de Miraflores” (VARGAS LLOSA, 1984, p.13). A inserção do patrimônio histórico em uma obra literária é fundamental para compreendermos um pouco da história do local, pois, entendemos que o “patrimonio histórico, es una herencia colectiva, no individual, producto de hechos acontecidos, personajes, objetos materiales que han trascendido a través del tiempo, y el espacio social” (DÍAZ CABEZA, 2010, p.3). Outrossim, na ficção, nos deparamos com o cotidiano de jovens estudantes do Colégio Militar Leoncio Prado, por isso, esse artigo objetiva também traçar a identidade híbrida do grupo secreto “El círculo” composto por alguns alunos do colégio que aos finais de semana transitam pela cidade. As análises estarão ancoradas nos estudos críticos de Daniel Schávelzon (1990), Juan Carlos Pérgolis (2006) María del Carmen Díaz Cabeza (2010), Néstor García Canclini (2015), Stuart Hall (2006) e Thomas Bonnici (2009).