O presente trabalho tomou como pressuposto as dificuldades fonéticas para falantes de espanhol que se propõem a aprender o português. O estudo tomou como modelo a variedade portuguesa usada no Brasil pelos meios de comunicação. É sabido que tanto o português quanto o espanhol conservam um desenho linguístico próximo, uma vez que resguardam a mesma origem, o latim. Sem esquecer, obviamente, sua herança de línguas germânicas, especialmente do gótico, e do árabe. No entanto, baseado em Masip (2012) o idioma materno do aprendiz de uma L2 atua como uma das principais causas da interferência na aprendizagem desta segunda língua. Por outro lado, Crystal (1988) observou o problema da perda do contraste entre fonemas, em certas posições de uma palavra, gerando uma neutralização, que para Trubetzkoy (1890) foi categorizado de arquifonema. Esta proposta tem como objetivo identificar, diagnosticar e propor um caminho alentador para superação do problema da realização sonora dos arquifonemas em português pelo falante do espanhol. A metodologia fundamentou-se na análise dos quatro arquifonemas do português /S/, /N/, /L/, /R/, na busca de um mapeamento das dificuldades fonéticas, encontradas pelo aluno hispânico, quando no uso do português. Como resultado, observou-se a necessidade do estudo fonético-fonológico pelos que se propõem a aprender uma segunda língua. Os quatro arquifonemas, em português, apresentam representações ortográficas diversas, a solução seria exercícios específicos e sistemáticos de leitura em voz alta para detectar e produzir, adequadamente, o som nos diversos contextos.