O presente trabalho destina-se a analisar como as regras escolares são elaboradas, mostrando especificadamente como os discentes convivem nesse cotidiano com as limitações que lhes são impostas. Segundo o dicionário Aurélio regra significa “princípio, norma, preceito” e escola “estabelecimento onde se ensina”. Para o desenvolvimento desse estudo, abordamos as continuidades e descontinuidades das construções históricas das regras escolares e do cotidiano escolar. Durante o percurso deste texto, foi se delineando o objetivo de também mostrar, o cotidiano escolar como algo não homogêneo durante o ano letivo, e que os sujeitos, não são passivos em seus cotidianos; uma vez que muitos burlam, e ao mesmo tempo criam formas de fugir, reinventando fronteiras estabelecidas pela Instituição escolar. Para refletir sobre essa problemática, tomaremos como campo de estudo a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Francisca Martiniano da Rocha, situada no município de Lagoa Seca, estado da Paraíba. Desta forma, nosso estudo foi pautado nas contribuições teóricas de Michel de Certeau (2007) a fim de dialogar como são perceptíveis as “artes de fazer” dos sujeitos, atenuando para as resistências implícitas e explícitas através de astúcias cotidianas, analisando dessa forma os consumos. Com Tomas Tadeu da Silva (1999) atentamos às imagens multifacetárias do currículo, Diana Milstein & Héctor Mendes (2010) nos situaram no que concerne ao cotidiano escolar a partir de uma pesquisa etnográfica, s quais mostram como o processo de ensino aprendizagem está relacionado à presença do corpo no cenário (simbólico e físico) educacional. Ademais, estudar Stuart Hall (2013) nos auxiliou a pensar a construção das identidades dos sujeitos modernos. Desta forma, a história oral é essencial para a elaboração deste trabalho, entendendo que “essa metodologia abre novas perspectivas para o entendimento do passado recente, pois amplifica vozes que não se fariam ouvir. Além de nos possibilitar o conhecimento de diferente ‘versões’ sobre determinada questão” (FREITAS, 2002, p.50). Logo, o nosso trabalho analisa o cotidiano escolar como um todo, percebendo as experiências cotidianas através das entrevistas e depoimentos, além de documentos internos da instituição.