Este artigo visa estabelecer um debate sobre o ensino de História da África e sua relação com a prática pedagógica docente. Identifica os inúmeros discursos estereotipados que contemplam o continente africano e que o visualizam apenas como um grande continente marcado pela fome, violência, doença e miséria. Esta pesquisa parte do desafio de compreender a África em sua diversidade e grandeza, reconhecendo-a como símbolo/marco da História da humanidade, analisando-a enquanto espaço de sociabilidades e lugar de memória. Dispõe-se a analisar, como o livro didático constitui-se em importante ferramenta para a construção do saber histórico africano, embora apresente um grande desequilíbrio no estudo da história da Europa e da África, concentrando suas abordagens em uma versão eurocêntrica da História. Propõe-se a mostrar alternativas para a prática pedagógica, identificando lugares que servem de base para o processo de ensino-aprendizado. Busca despertar um novo olhar acerca do ensino de História da África e dos africanos, cabendo ao professor a mudança de escala, pois é ele, o profissional responsável pela transformação desta visão negativa e preconceituosa. Deve internalizar a África em seus alunos e não negá-la com seu discurso ocidental, eurocêntrico e cristão. O continente africano necessita ser visibilizado, enfocado, e valorizado por sua própria diferença. A alteridade deve ser a chave mestre do ensino, a fim do aluno ser capaz de se colocar no lugar do outro, tendo como base uma relação de diálogo e de valorização das diferenças existentes. Sem, contudo, esquecer que enquanto brasileiros trazemos em nós as heranças africanas.