O presente trabalho é parte de uma pesquisa de mestrado e se inscreve no tema das relações raciais e educação, pois, busca analisar e apontar para práticas curriculares emancipadoras e multiculturais que visam à promoção da educação das relações étnico-raciais com base em novos conhecimentos/procedimentos relacionados à cultura e história afro-brasileira e africana na Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte. A pesquisa aqui apresentada é de cunho qualitativo e lança mão de técnicas e procedimentos metodológicos do estudo de caso, da etnografia e da observação participante, além de análise de documentos oficiais e discursos produzidos fora e/ou dentro da escola, na tentativa de analisar a prática curricular empreendida. A pesquisa de campo durou 7 meses (junho a dezembro), e foi realizada com visitas em três dias da semana, para observação de aulas e dos diversos espaços da escola, reuniões do projeto, anotações no diário de campo, realização de entrevistas, aplicação de questionários e estudo de documentos referentes à escola e ao Projeto Ayò Asán (PAA). A partir de categorias de análises dos estudos culturais e pós-críticos do currículo verificamos que os alunos e profissionais envolvidos na construção de novos conteúdos e práticas curriculares na Escola da Vinda, protagonizaram uma verdadeira (re)educação das relações étnico-raciais.