Este trabalho é um estudo, em desenvolvimento, do Mestrado em Educação da UFPE. Surge da provocação investigativa acerca das políticas educacionais, que tem objetivado a melhoria da qualidade educativa e índices de desenvolvimento. Delimita-se, portanto, em aprofundar as análises sobre uma “nova” política que vem sendo desenvolvida no Governo de Eduardo Campos, o Programa de Modernização da Gestão Pública – Metas para a Educação (PMGP-ME) com foco para os anos de 2011-2014, referentes ao segundo mandato. O projeto de modernização desenvolvido em Pernambuco está estritamente vinculado a “reforma gerencial da educação no Brasil” (SILVA, 2013, p.92) e a criação de condições para a reprodução do sistema capitalista. A reforma gerencial se iniciou no Brasil a partir do Governo de FHC, tendo continuidade com Lula/Dilma, na esfera federal, e se expande nos governos estaduais. O Governo Campos efetivou tal reforma com ações voltadas para um modelo de gestão focada nos resultados (SILVA, 2013). Dentro desta perspectiva, consideramos importante para nosso debate o impacto que esta política traz/pode trazer para o trabalho docente, considerando o que Nóvoa (1999) já apontara em seus estudos, após a década de vinte a categoria de profissional docente, enfrentou muitas idas e vindas na luta pela consolidação da sua profissão. Estudos mais recentes apontam para proletarização e/ou desprofissionalização, fortemente ligada ao processo de reestruturação produtiva do capital, que teve impacto nas reformas educacionais a partir de 1990. Traçamos, portanto, como objetivo geral analisar o PMGP-ME, buscando caracterizar os desafios na execução desta política e os impactos/mudanças causados no trabalho docente. E, específicos, caracterizar a política de modernização da gestão que vem sendo implementada nas escolas estaduais de Pernambuco; e, Identificar as mudanças no contexto educacional e os impactos causados no trabalho docente. Nossa metodologia se caracteriza a partir de uma pesquisa qualitativa, segundo Triviños (2006) não precisa se sustentar na informação estatística, pois, ela tem um tipo de “objetividade” e de “validade conceitual” que colaboram no desenvolvimento do pensamento científico. A partir desta abordagem, as técnicas e métodos para a coletas de dados são meios neutros, que adquirem vida, quando esclarecidos com determinada teoria. Assim, será utilizada entrevista semiestruturada, considerando que esta “ao mesmo tempo em que valoriza a presença do investigador, oferece todas as perspectivas possíveis para que os informes alcancem a liberdade e a espontaneidade necessária, enriquecendo a investigação” (TRIVIÑOS, 2006, p. 146). Serão selecionados e entrevistados seis professores e seis gestores de seis escolas da Rede Estadual da região Agreste Centro Norte, observando o critério da modalidade integral, semi-integral e regular. Como nos antecipam os estudos recentes fica evidente que uma política de modernização como esta implantada no Estado de Pernambuco, traz consequências para o trabalho de todos os envolvidos no contexto educacional. Questionamo-nos, portanto, até que ponto tem se dado as mudanças nesse contexto? Quais os discursos dos docentes no cotidiano? Como tem acontecido o trabalho dos mesmos, regulados por esta política? Estas e outras questões serão caminhos para que alcancemos uma melhor compreensão do nosso objeto de estudo.