Conforme Jubran (1977), o mecanismo de parentetização constitui um dos recursos através
dos quais os interlocutores articulam os textos da oralidade, manifestando diferentes funções
semântico-discursivas. Porém, uma breve análise realizada em textos argumentativos, da esfera
jornalística mostra que esse mecanismo também se materializa na linguagem escrita, sinalizando
mudança de tom no discurso; caso em que o autor/escritor aciona conhecimentos linguísticos e de
mundo, visando interagir com o receptor/leitor, com o objetivo de, por este, ser melhor compreendido.
Logo, fundamentados no campo da Linguística Funcional Contemporânea; neste artigo, o nosso
principal objetivo é fazer uma análise, a qual demonstre, no primeiro momento, a existência de
parênteses na linguagem escrita. No segundo momento, é também nosso objetivo fazer uma análise
semântico-discursiva, desempenhada por esses parênteses, que venha demonstrar com que propósito
essas funções são usadas no texto, no que se refere à natureza particular de cada uma delas. Assim,
considerando os parênteses no texto escrito, como um mecanismo de organização discursiva, neste
artigo, serão contemplados os parâmetros da Linguística Textual, no tocante aos postulados de Jubran
(1977), como também à teoria de Kock et al. Esta no que concerne ao fluxo de informação sobre as
descontinuidades na progressão temática; e aquela no que se refere ao caráter dos parênteses. Os dados
são extraídos de periódicos semanais (VEJA; ISTOÉ). Além dos autores citados, para esta
investigação, somos também conduzidos por autores como Decat (2011); Nogueira (1999); Cunha e
Cintra (1985); Bechara (1999); dentre outros.