Resumo: Atualmente, no âmbito acadêmico e escolar, vem se discutindo com mais ênfase a leitura literária em sala de aula. Contudo, quando se vai para a prática, nota-se que as dificuldades ainda são muitas. Alguns profissionais sentem dificuldades de elaborar metodologias que sejam atrativas para envolver os alunos na leitura. Nos últimos anos, estudos voltados para o ensino de literatura têm adotado as proposições da Estética da Recepção, uma vez que esta corrente teórica vê o leitor como participante da obra e, portanto, elemento imprescindível para a construção de sentidos. Nessa perspectiva, o texto é aberto a possibilidades de leituras, as quais são decorrentes das lacunas existentes no próprio texto e que são preenchidas pelo leitor a partir de suas experiências como leitor e como sujeito histórico. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo relatar uma experiência de leitura com o romance “A Botija”, de Clotilde Tavares, com sextos anos do ensino fundamental, de uma escola pública da cidade de São José do Seridó/RN. A metodologia utilizada foi fundamentada nos preceitos da Estética da Recepção, a partir dos estudos de Colomer (2007), Cosson (2006), Jauss (1997), Iser (2007) e Todorov (2010). Observamos que, durante a leitura da obra, os alunos faziam intervenções orais, ora estranhando, ora se envolvendo com a história. Mesmo sendo um romance, eles não reclamaram. Ao contrário, ficavam ansiosos pela leitura do capítulo seguinte. Além desses pontos mencionados, tornamos a ficção em realidade, levando os alunos a caçar a botija, escondida na própria escola, fazendo com que a leitura se tornasse significativa para eles e a leitura fosse concretizada para além da sala de aula.