Neste trabalho intencionamos tratar das relações de poder presentes no matrimônio retratado em “O papel de parede amarelo”, conto da escritora americana Charlotte Perkins Gilman. O presente estudo é fruto das discussões desenvolvidas pelo projeto “Maridos perfeitos, casamentos imperfeitos: a representação do feminino em contos da literatura anglo-americana” do Programa de Iniciação Científica (PIBIC), no qual discutimos a representação do casamento em contos da literatura anglo-americana. A partir da leitura do conto, analisaremos a relação do sujeito feminino perante o seu marido, considerando que este dispõe de privilégios dos quais àquele está sujeito a se subordinar, e este aspecto de uma sociedade patriarcal, tal qual a que é explorada na narrativa em análise, tende a desfavorecer o sujeito feminino, colocando-o em uma situação de constante opressão. Posto isso, daremos enfoque ao modo como o poder é retratado a partir das funções sociais, tal como a função do marido e da esposa; além disso, abordaremos a representação do papel médico/paciente, destacado na narrativa; e, de maneira mais contundente, destacaremos o processo de opressão da mulher da sociedade do século XIX. Para tal, embasaremos a nossa análise nas contribuições teórico-metodológicas de Paula Treichler (1984), Virgínia Woolf (2014) e Mary Wollstonecraft (2015).