A pesquisa analisa de que maneira o filme Azul é a Cor Mais Quente representa o lesbianismo, buscando entender como o enredo realiza esse tipo de abordagem. Abordaremos a história do cinema, dando enfoque nas produções áudio visuais que representam a homossexualidade. Além disso traçamos uma linha do tempo da homossexualidade desde da pré -história aos dias de hoje. Para fundamentar as ideias discutidas, são utilizadas obras de Louro (2008), Bardin (2009) e Butler (2002). Discutimos temas de grande importância tanto para a análise do filme como para o próprio evento, como a questão de identidade de gênero, gênero e sexo biológico como também a questão da orientação sexual. É um estudo qualitativo que utiliza a Análise de Conteúdo como estratégia metodológica. Os resultados mais significativos apontam que o enredo traz pontos positivos, como os conflitos da descoberta da sexualidade, retrata o preconceito que a protagonista sofre na escola, contudo representa o casal de forma heteronormativa e estereotipada e a figura da mulher é fetichizada.
Com esse estudo conseguimos entender a importância de não apenas dar visibilidade a temática lésbica mais em como representar esse conteúdo, sabemos que todas as produções, seja ela de qualquer tipo de mídia, têm um impacto enorme na sociedade. Dessa forma, se faz necessário pensar em como o telespectador vai absorver esse tipo de representação, em como isso vai afetar a vida de cada um. Como por exemplo, se todos os filmes lésbicos seguirem esse padrão heteronormativo, como uma garota lésbica, que tem um estilo meio que misturado, um pouco feminino e masculino, que busca independência, mas ao mesmo tempo quer ser mãe e gosta de cuidar da casa vai se identificar com alguém da televisão? Ou se em todos os enredos que abordam a temática resolverem matar os personagens lésbicos quer dizer que esse vai ser o final de toda lésbica? Através da análise percebemos que estamos caminhando no sentido de visibilidade, mas que ainda temos que trabalhar muito na questão de representação, e nos desprender desse padrão heteronormativo.