Este artigo tem por objetivo analisar como alunos do 9º ano do ensino fundamental lidam com uma situação de medida de área de diferentes paralelogramos (quadrados, retângulos, losangos e paralelogramos não retângulos e não losangos). A fundamentação teórica apoia-se na Teoria dos Campos Conceituais de Vergnaud (1990). Adota-se o modelo de área enquanto grandeza autônoma proposto por Douady e Perrin-Glorian (1989) e as situações que dão sentido ao conceito de área desenvolvidas por Baltar (1996), mais especificamente a situação de medida de áreas. Os procedimentos metodológicos consistem na aplicação de uma questão que comtempla o cálculo de área de diferentes paralelogramos a alunos do 9º ano do ensino fundamental de uma escola pública municipal. Como resultados, nenhum aluno expressou a medida da área em centímetros quadrados, ou seja, confundem unidades de medida de comprimento e de área. Fizeram confusão entre os conceitos de área e perímetro e também soma de dados inexistentes, além de erros de cálculo numérico. Foi identificado indícios de teoremas em ação falsos, como, por exemplo, a área de uma figura geométrica plana é calculada a partir da soma das medidas dos comprimentos dos seus lados. Nenhum aluno expressou fórmulas para calcular a área das figuras, o que contradiz as expectativas e o que apontam os documentos de orientação de curricular para esse ano de escolaridade. De modo geral, observa-se um desempenho pouco satisfatório para esse nível de ensino no que se refere ao cálculo de área de diferentes paralelogramos, com forte presença do quadro numérico. Constatou-se ainda que o repertório de esquemas desses alunos para o cálculo de área de paralelogramos não está efetivamente construído, mesmo já tendo vivenciado diversas situações relativas ao conteúdo em estudo, conforme preconizam os Parâmetros para a Educação Básica do Estado de Pernambuco, no qual apontam que o conceito de área deve ser trabalhado a partir do 3º ano do ensino fundamental.