Resumo: O presente trabalho tem por objetivo problematizar as disputas e tensões motivadas por concepções universalistas de conhecimento que são favorecidas na medida em que o Exame Nacional do Ensino Médio ganha importância como mecanismo de acesso à instituições de ensino superior, ao mesmo tempo em que se consolida adotando um modelo que aferição que se orienta por uma matriz de conhecimentos diretamente associada aos conhecimentos disciplinares que tradicionalmente constituem os processos de organização da escola. No texto reflito sobre minha experiência como ex-aluna e atual membro da equipe pedagógica do Pré-Vestibular Comunitário São José que funciona na Zona Oeste da Cidade do Rio de Janeiro, no bairro de Campo Grande atendendo prioritariamente jovens e adultos de classe média baixa. O estudo se justifica na medida em que os pré-vestibulares comunitários se constituem como espaços alternativos de formação cuja potência está na sua caracterização radical como espaço-tempo curricular que têm como pressuposto a aposta no crescimento pessoal global dos sujeitos de uma perspectiva inclusiva de justiça social, para além da mera aprovação nos exames de acesso ao ensino superior. Nesse texto, que tem como referência a pesquisa de mestrado em curso, assumo uma perspectiva discursiva pós-estruturalista para analisar a dinâmica normativa que caracteriza os processos de escolarização formal que interpela espaços formativos alternativos e os desafia construir processos de formação para além do pragmatismo conteudista concebido como percurso mais adequado para o sucesso nos exames de admissão ao ensino superior. Defendo que uma concepção universalista de conhecimento organiza essa dinâmica normativa dos processos de escolarização.