O mover-se de um ser humano vai tomando formas diferenciadas a cada etapa da sua vida, o impulso físico para tocar objetos por exemplo é claramente diferenciado entre as primeiras etapas da infância. Foi observado durante aulas de música na EI que o impulso para pegar e a própria concretização do pegar (manusear os “elementos sonoros”) vai se desenvolvendo a partir de uma vivência constante em um processo de musicalização que valorize estes aspectos, levando em consideração esta observação, foi desenvolvida uma proposta de musicalização que tem como objetivo, desenvolver a ação de conhecer a diversidade sonora presente nas aulas de música a partir da manipulação de “elementos sonoros” pela própria criança, esta proposta utiliza materiais (elementos sonoros) que possam ajudar a criança na organização e construção do seu próprio conhecimento e repertório “sonoro”, para isto é organizado um ambiente musical preparado para auxiliar o desenvolvimento da “autonomia da criança”. A adaptação dos “elementos sonoros” (peso, espessura, material) para cada etapa da infância é neste sentido, um facilitador para a ação autônoma da criança. Alguns dos elementos sonoros que são utilizados nesta proposta de musicalização desenvolvem tanto a preensão global quanto o movimento de pinça nas crianças. Por tanto este relato de experiência tem como objetivo discutir a prática da educação musical inserida na educação infantil através de uma musicalização que trabalha com a estimulação dos sentidos a partir do manuseio de “elementos sonoros”, fazendo com que a criança esteja livre para descobrir as sonoridades que compõem a aula de música. Neste sentido os “elementos sonoros” contribuem para o desenvolvimento da curiosidade na criança em relação ao mundo dos sons, ou seja, o manuseio dos “elementos sonoros” pela criança é o que impulsiona de forma positiva a descoberta e vivência dos sons presente em suas aulas de música na EI. Nesta proposta de musicalização o (a) educador (a) valoriza o aprender da criança por ela mesma, na construção do seu próprio saber musical. Um dos aspectos principais desta abordagem é deixar a criança perceber-se em uma “brincadeira de tocar”, desta forma destaca-se que a autonomia da criança frente a sua produção e escuta musical é desenvolvida de forma significativa, a criança é valorizada em sua individualidade enriquecendo a troca de experiências durante as suas aulas de música. Esta proposta de musicalizar a partir do manuseio de “elementos sonoros “ na EI, tem em consideração a “mente absorvente” das crianças, por entender que é preciso estar adequada nesta sintonia. É válido compreender que a criança é sensível a ambientação e quando ela está inserida em um ambiente potencializador de suas capacidades, a criança interage de forma positiva e responde a este estimulo imediatamente. Com esta abordagem os sons ganham uma significação diferenciada, pois agora, além de ouvir e escutar os sons produzidos pela “educadora musical” durante as aulas de música, as crianças podem também os produzir livremente.