A hanseníase é uma doença milenar ainda presente nos países em desenvolvimento. O agente causador é o Micobacteruim leprae, bactéria que causa lesões na pele e nervos periféricos determinando alterações sensitivas e motoras, e na ausência de tratamento adequado leva à graves deformidades e incapacidades. No Brasil esta doença faz parte de um elenco de outras sete classificadas como negligenciadas, consideradas como aquelas prevalentes em condições de pobreza e contribuem para a manutenção do quadro de desigualdade social da população. O Brasil ocupa o segundo lugar no mundo entre países com maior número de casos. As regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste ainda têm muitas áreas endêmicas, e Pernambuco está entre os estados nordestinos com o maior número absoluto de casos. O município de Vitória de Santo Antão localizado na Mata Sul pernambucana apresentou em 2015, uma detecção de 11,04 e 5,99 /100.000 habitantes na população geral e em menores de 15 anos, respectivamente. Ressalta-se que apenas 44,44% dos casos neste ano tiveram alta por cura. Um importante investimento para o controle da hanseníase são as ações de Educação em Saúde que podem ser efetivadas por profissionais da saúde em diversos cenários em parceria com outros setores, por exemplo a Educação. Este relato de experiência que foi vivenciada com alunos do ensino fundamental dos anos iniciais de uma escola pública, objetivou desenvolver ações educativas utilizando metodologias ativas inspiradas na educação progressista e libertadora do educador Paulo Freire. Constatou-se que as atividades educativas empregadas de maneira lúdica alcançaram os objetivos pretendidos, pela entusiasmada e efetiva participação dos alunos durante as estratégias utilizadas. Novas informações foram agregadas e esclarecidas dúvidas antes presentes no imaginário dos alunos. Foi observado o grande interesse dos alunos com relação ao tema abordado, evidenciado pelos questionamentos e pela interação alunos/equipe do projeto. Outra contribuição importante se deu no âmbito acadêmico, com a atuação de estudantes de Enfermagem, planejando e implementando ações de educação em saúde e adquirindo experiência na relação com a população no contexto de sua realidade e, portanto, desenvolvendo o compromisso ético, político e social de melhorar as condições de saúde desta população. Portanto é o ambiente escolar o espaço perfeito para a prática da intersetorialidade entre educação e saúde, neste caso representada pela Enfermagem que hoje tem a possibilidade de atuar cientificamente em vários cenários, mas principalmente nestas instituições, as quais tem essencialmente uma função social e política necessária para a transformação da sociedade, estimulando o exercício da cidadania, e promovendo o acesso irrestrito às oportunidades de desenvolvimento e de aprendizagem.