Neste artigo apresentam-se reflexões a respeito da retirada dos termos gênero, orientação sexual e educação sexual do Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado pelo Ministério da Educação (MEC) que altera a base nacional curricular. Consideram-se aqui recortes específicos da História do Brasil enquanto colônia, bem como os reflexos de aspectos que influenciaram o processo de construção da sociedade brasileira, como uma sociedade marcada pelo patriarcalismo e preconceito ofensivo arraigado por gerações. Esses aspectos refletiram em diversas dimensões sociais, inclusive, no ponto ao qual o artigo pretende-se aprofundar: a educação. Destacou-se a trajetória do assunto discutido oficialmente desde anos 70 no Ministério da Educação, ressaltando a importância da educação sexual para crianças e adolescentes nas escolas. Demonstra-se ainda a própria Constituição Brasileira de 1988, na qual discute-se a promoção do bem de todos sem discriminação de sexo, etnia ou qualquer natureza, afastando assim toda forma de desigualdade. Portanto, o artigo pretende demonstrar argumentos específicos e também estatísticas alarmantes aos quais devem ser levados em consideração na discussão sobre a base curricular, especialmente, ao trato com a identidade de gênero, orientação sexual e a reflexão sobre discriminação de qualquer espécie, presentes na sociedade e no ambiente escolar. Manifestando razões que justificam a presença dos termos gênero, orientação sexual e educação sexual como assunto a ser tratado em sala de aula, visto que, a escola como espaço de inserção ao convívio social e perpetuação da cultura, não poderá abster-se das discussões que proporcione a erradicação de toda e qualquer forma de violência.