Com o apoio dos pressupostos teórico-metodológicos da terapia ocupacional social e da educação para a liberdade defendida por Paulo Freire, as Oficinas de Atividades têm se constituído como uma tecnologia social de aproximação, (re)construção de projetos e ampliação de redes de suporte junto a jovens advindos de grupos populares urbanos em situação de vulnerabilidade social. Por meio das atividades, é possível proporcionar o aprendizado e o reconhecimento de necessidades do sujeito e o desenvolvimento da capacidade do mesmo para buscar soluções próprias e criativas para suas questões. Criam-se, então, potenciais espaços de experimentação e aprendizagem, em que cada participante se torna um ser ativo no processo de construção de subjetividade. O objetivo deste trabalho foi relatar uma experiência que propõe intervenções da terapia ocupacional calcadas na defesa dos direitos humanos e da diversidade nas escolas públicas brasileiras. Discute-se a proposição de Oficinas de Atividades com crianças e adolescentes no interior de escolas no município de João Pessoa-PB, caracterizadas por intervenções que buscam o exercício de metodologias participativas, fundamentadas na defesa de direitos que compõem a cidadania. Entre março e maio, visitamos as turmas de 7º e /ou 8º ano das escolas do ciclo 2, e 4º e/ou 5º ano das escolas do ciclo 1. A atividade desenvolvida consistiu em uma proposta dinâmica e corporal. Os estudantes de terapia ocupacional se dividiram em grupos e, nas salas de aula, coordenaram a atividade. Os coordenadores lançavam orientações e, de acordo com as identificações de cada participante, este tinha que se movimentar na sala. O público-alvo foram crianças e adolescentes, meninos e meninas. Professores/as também puderam participar da atividade. Os encontros e os processos ali construídos foram se constituindo como uma tecnologia social de aproximação com foco nos temas relativos aos direitos sociais, aos direitos humanos e à diversidade. A vivência na dinâmica possibilitou um processo reflexivo coletivo na direção de proporcionar sensibilização para uma maior conscientização em relação aos temas tratados, no contexto das problemáticas contemporâneas. Além de promover um maior contato e convivência entre os próprios alunos e alunas, em um espaço prazeroso de sociabilidade e trocas. Ao final da atividade, os participantes recebiam um papel em formato de folha de árvore, neste eles podiam escrever sua opinião sobre as atividades, o que aprenderam de novo e/ou colocar sugestões. De forma geral, os alunos mencionaram ter sito um momento de aprendizagem, respeito e alegria. A experiência constituiu um papel de intervenção, ao mesmo tempo que de formação dos próprios estudantes de terapia ocupacional, pois, ao se capacitarem para discutir tais temáticas, também passaram por um forte processo de sensibilização, desconstrução e reconstrução. Assim, puderam estabelecer um processo crítico e reflexivo intenso até mesmo sobre a própria formação no que concerne a essas temáticas e aos direitos humanos, uma questão contraditoriamente central para a terapia ocupacional, e para a sociedade.