Os desenhos animados e filmes animados podem ser tidos enquanto veiculadores e criadores de representações, as quais sugerem comportamentos, identidades sociais e culturais. Portanto, o desenho é uma provável instância educativa e cultural, na qual deve ser analisado como uma pedagogia cultural. Neste tocante, o presente trabalho objetiva analisar como o gênero feminino na velhice é representado nas personagens de Úrsula, a Madrasta de Cinderela, Fada Madrinha e a Rainha Má, pertencentes aos filmes clássicos e animados Disney, entre os anos de 1938 a 1989, a saber: Branca de Neve, Cinderela e A Pequena Sereia. Trata-se de uma produção qualitativa, do tipo explicativa, realizada através de uma revisão bibliográfica acerca da temática de representações e velhice feminina na cultura ocidental e nos desenhos animados de longa-metragem. Nos três filmes observados, percebe-se que a idosa é tida como vilã ou como personagem secundária; sendo sempre uma personagem não querida, onde é derrotada enquanto vilã, e quando querida ou útil, é uma personagem que não deve ser destacada, ou seja, secundária. Observou-se ainda que as idosas nas obras supracitadas vivenciam sua sexualidade apenas na preparação das personagens mais jovens para agradar seus pretendentes masculinos. Apesar do conhecimento de que a velhice é mais uma fase da vida humana, a qual tem se favorecido a vivência devido à queda da taxa de natalidade e de mortalidade infantil, a mesma é uma fase da vida cuja cultura ocidental deseja evitar, tentando atenuar ao máximo o fenômeno do envelhecimento. Tal recusa mostra-se apontada nestas longas-metragens, estando a velhice feminina vista como desvalorizada.