Na pós-modernidade fragmentada ou na modernidade líquida como se referem respectivamente Hall (2005) e Bauman (2003) se faz necessário, cada vez mais, compreender os significados e o lugar dos sujeitos. Não apenas o sujeito rígido, uno, como é o caso do sujeito gramatical, mas, principalmente, o sujeito social – ser ativo que age e modifica a nossa sociedade contemporânea, tão complexa. Com base nesse pressuposto, o presente artigo teve como objetivo refletir acerca dos sentidos do sujeito gramatical e social a partir do poema Eu, etiqueta, de Carlos Drummond de Andrade. Para tanto, buscou-se responder às seguintes perguntas: O ensino do sujeito gramatical leva o aluno a se tornar sujeito social? Ao aliar o sujeito gramatical ao sujeito social, o aluno se sentirá mais motivado para as aulas de língua portuguesa? Tais indagações justificam-se pela necessidade de um estudo da linguagem centrada nos eixos: linguístico, epilinguístico e metalinguístico, em que o aluno seja capaz de atribuir sentido aos conteúdos, articulando-os aos mais variados contextos sociais e não apenas a aula de língua portuguesa. O sujeito social, dentro desse contexto, foi analisado segundo a perspectiva de Hall (2005), Marcuschi (2008), Campbell (2006) entre outros estudiosos no intuito de traçar novas perspectivas para o ensino-aprendizagem de língua portuguesa. Os conceitos de sujeito gramatical foram embasados em textos de Bechara (2002), Bagno (2013), Lima (2001) e Cunha (2007). Tratou-se de uma pesquisa qualitativa, bibliográfica e de análise de conteúdo. E, chegou aos seguintes resultados: as noções de sujeito gramatical, sem contextualização não apresentam significações para os alunos, não os leva a se verem como sujeitos sociais. Já tratar de sujeito a partir do poema, possibilita aos alunos articular os sentidos de sujeitos gramatical e social. E ainda, de sujeito crítico e de sujeito assujeitado.