Nas últimas décadas, as políticas educacionais, sofrem influências do contexto político e social, hoje mergulhado pela lógica neoliberal. As políticas de avaliação em larga escala se inserem nessa perspectiva, sendo apontadas como garantia de melhorar a qualidade da educação. Como impacto dessas políticas podemos citar as tentativas de homogeneização cultural, que acabam por influenciar novas formas de exclusão e estímulo à prática docente competitiva, esvaziada de sentidos de coletividade. Assim, esse trabalho tem como objetivo refletir acerca das avaliações de larga escala como tentativa de garantir uma certa qualidade da educação, categoria esta imbricada por múltiplas demandas, que se alteram ao longo do tempo e em diferentes perspectivas. Entendendo a pluralidade de sentidos de qualidade em disputa, Lopes e Matheus (2014), propõem, com base na Teoria do discurso de Ernesto Laclau, pensar a qualidade da educação como um significante vazio, uma vez que aglutina tanto a perspectiva da qualidade total quanto da qualidade social, é desse perspectiva que nos apropriamos para tecer esse texto. Entretanto, ao nosso ver, esses sentidos não rompem com a tradição prescritiva de currículo e, ainda encontram-se ancoradas em um currículo que considera a cultura a partir da apreensão de determinados conhecimentos, dessa forma, as avaliações acabam a serviço de controlar a implementação dessas propostas. Discutiremos, também, alguns impactos dessa política baseada em avaliações externas, considerando seu caráter homogeneizador e excludente. E então, refletimos se de fato essas avaliações vem garantindo qualidade na educação ou se colaboram para reproduzir formas de exclusão dentro do sistema escolar.