Conforme o processo de homogeneização cultural predominantemente cristão, ficaram esquecidas as contribuições das filosofias religiosas, principalmente os cultos afro-brasileiros, no que se refere às ações sociais implementadas para combater a pobreza. Partindo dessa problemática, este artigo apresenta como objetivo geral analisar as ações realizadas pela Roça de Candomblé Oyá Afungilasé para minimizar os efeitos da pobreza junto à periferia da cidade de Ceará-Mirim/RN. Com os objetivos específicos a pesquisa vai resgatar a história da religião de matriz africana, especificamente a história da Roça Oyá Afungilasé; Conhecer as políticas públicas voltadas à igualdade racial e ao enfrentamento da pobreza e da desigualdade social; Refletir sobre o fenômeno social da pobreza e da desigualdade social nos bolsões de pobreza e a contribuição da escola no seu enfrentamento; E Identificar as ações da Roça Oyá Afungilasé para minimizar os efeitos danosos da pobreza e da desigualdade social em um bairro periférico da cidade de Ceará-Mirim/RN. Nesse sentido, a pesquisa busca responder ao seguinte questionamento: como as representações e práticas religiosas de matriz africana, especificamente o candomblé, se manifestam no cotidiano de negação de direitos, vulnerabilidade e desigualdades sociais? No desenvolvimento do trabalho, optou-se pela pesquisa etnográfica, uma vez que sua origem está na antropologia, conseguindo descrever ideias de uma cultura específica. Como resultado destas elucubrações, evidenciou-se que a educação na Roça Oyá Afungilasé contribuiu de maneira contextualizada, significativa e emancipatória para a formação de crianças e adolescentes, sem dualidades, sem fragmentações, numa perspectiva de envolvimento e pertencimento, instaurando atitudes de respeito à diferença, maior visibilidade aos problemas gerados pela desigualdade social em um bairro periférico e apresentação da educação como mecanismo de ascensão social e cultural.
Palavras-chaves: Educação, Pobreza, Desigualdade, Matrizes Africanas.