A ciência geográfica ao longo do tempo, através do redescobrimento e reinvenção dos seus limites e pensamentos, vem resistindo as interferências externas que objetivam a homogeneização do pensamento e subjugar o local em detrimento do global. Com o advento da Globalização, a vizinhança, a socialização e a intimidade, extrapolaram os limites do cotidiano, tornando-se mais fluidos, mutáveis e por vezes superficiais. É nesse contexto que a Geografia, como disciplina formativa, crítica e social se vê diante de desafios de construir caminhos para o desenvolvimento do ensino e aprendizagem, em face da necessidade de renovação apresentada no início do século XXI. Desse modo, entendemos que o aspecto cultural se torna um elemento importantíssimo na analise e entendimento das problemáticas geográficas. Com isso, objetivamos, no presente artigo, discutir sobre o ensino de Geografia na Educação Básica, tendo como enfoque a memória e o patrimônio no campo da Educação Patrimonial. Autores como Tardif e Lessard, Candau, Geertz, Santos e Callai nos dão o aporte teórico para refletirmos sobre a temática, e os novos confrontos entre saberes, culturas e práticas no contexto regional e local. Nossa proposta parte de um relato de experiência de pesquisa dissertativa, no campo da educação, utilizando a literatura de Cordel, com os alunos do ensino básico integral do IFPB, Campus Catolé do Rocha. Através da Educação Patrimonial vivenciada nas aulas de Geografia conseguimos promover um “autodespertar” no aluno para o saber geográfico, contextualizando a formação do conhecimento com elementos referenciais da cultura regional e de suas memórias.