Nesta pesquisa realizamos um estudo do romance "Quarenta Dias", no tocante aos diversos aspectos que aos poucos estão delineando os sujeitos inseridos em uma sociedade contemporânea, baseando-se na estrutura familiar e nas diferentes formas de opressão contra a mulher, que comumente contribui para a violência psicológica, tanto no que diz respeito a construção da identidade humana quanto no que diz respeito ao reconhecimento sensorial das relações com o outro e consigo mesmo. Em meio à variedade de acontecimentos circulantes na obra, buscaremos alcançar criticamente os sentidos que retratam uma realidade urbana conflituosa na relação entre o "Eu e o "Outro", tendo como fio condutor as relações familiares e a violência psicológica feminina. A pesquisa nasceu motivada pelo interesse em analisar de que forma a violência psicológica reflete na construção da identidade e nas relações de alteridade. O objetivo principal desta pesquisa é dar visibilidade as questões de identidade e alteridade em relação a violência psicológica presentes na construção do romance "Quarenta Dias", possibilitando um deslocamento da obra para uma realidade contemporânea. A metodologia da pesquisa consiste na leitura analítica do romance, atentando para os aspectos do texto em relação aos dispositivos que determinam a violência psicológica contra a mulher. Neste sentido, as reflexões buscaram identificar os mecanismos que contribuem para potencialização da violência psicológica contra a mulher e sua relação com a representação da identidade e alteridade presente no romance, identificando os aspectos sociais e familiares presentes na obra.