O artigo aqui apresentado é uma discussão das diversas possibilidades do uso de documento escrito da
Congregação das Filhas de Santa Teresa de Jesus ao bispo do Crato durante a década de vinte, do
século XX. Objetiva demonstrar que no caso de uma determinada escrita feminina, mesmo que de
documentos oficiais é possível se produzir conhecimento sobre diversos aspectos da sociedade em
questão quanto também em relação a especificidade da experiência das mulheres. Pretende apresentar
uma análise que a partir da busca da possibilidade de se aproximar da vida das pessoas no tempo
passado deixe um bom espaço a que os registros feitos sejam apresentados não apenas do ponto de
vista do pesquisador que está em outro tempo, mas que ao fazer uma imersão no cotidiano inscrito
nos documentos se faça emergir a complexidade das vidas representadas nos mesmos. A metodologia
adotada na pesquisa e na produção da versão aqui trazida foi a qualitativa compreensiva que buscou
além de narrar alguns eventos os situar em um contexto mais amplo tanto da instituição em que
estavam inseridos quanto dos processos abrangentes da sociedade na qual estavam se dando. Como
principais contribuições para o campo da pesquisa da História da Educação além da de informar sobre
uma determinada experiência de mulheres consagradas e ligadas ao campo educacional está também a
defesa na prática da validade do uso de fontes documentais escritas para a produção historiográfica
neste campo, apesar de que se reconheça as diversas dificuldades de se lidar com este tipo de
documentação. A metodologia empregada na pesquisa foi a qualitativa compreensiva que quer alcançar o sentido dado pelos agentes a suas próprias experiências.