SILVA, Rafaella De Sousa et al.. Escolas, saberes e sensibilidades. Anais COPRECIS... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/31209>. Acesso em: 22/12/2024 20:43
A história das ciências tem provocado mudanças na forma como lemos concepções modernas de governamento dos sujeitos. Vem incitando um pensar reverso, ao pôr em questão, como saberes nomeados científicos, passaram a ser legitimados com a emergência da modernidade, a partir de artifícios e mecanismos de naturalização. A exemplo da escola, edificada como lugar de saber, saber esse, por sua vez, colocado como sinônimo daquilo que é sistematizado e articulado em teorias curriculares, pedagógicas, metodológicas e avaliativas, enquanto produção de experts. Nesse sentido, nenhum conhecimento escaparia, nem estaria para além desse modelo de escolarização. O que passa a ser questionado neste artigo, no qual sugiro o caminho dos bastidores. Em uma tentativa de ouvir, ver, viver e escrever, sobre saberes – grosso modo – invisibilizados. Que não negam a escola, pois estão inseridos nela, mesmo quando silenciados ou excluídos. Com isso, me posiciono enquanto professora de história do ensino básico, cartografando salas de aula que pratico, para dizer que também passo a conhecer, quando escuto o “outro”, me contando o que enxerga pelas janelas que se debruça. Nesse sentido uso dois mo(vi)mentos, 1- Ponho em questão a própria concepção de escola, enquanto projeto institucional moderno, sistemático, e legítimo, de governamento dos corpos; 2- A partir de práticas ordinárias e experiências que vivo enquanto professora, avento possibilidades abertas, moventes e plurais, de ter a sala de aula, como espaço de produção de ciências e identidades, que estão para além da recepção – de cima para baixo –.