Este artigo tem como objetivo contribuir para a discussão da temática de gênero e educação no contexto escolar. A pesquisa que deu origem a este artigo foi realizada durante o mês de julho de 2016 para a realização do artigo final da disciplina Etnografia e Educação na Prática Docente sob a orientação da professora Dr. Paula Almeida de Castro, desenvolvida no curso de Mestrado Profissional em Formação de Professores na Universidade Estadual da Paraíba. Para o desenvolvimento da pesquisa foi utilizado a abordagem etnográfica que prevê a utilização de diferentes instrumentos de coleta de dados. Neste caso, utilizamos a observação. Foram pesquisadas duas turmas do ensino fundamental I 4º e 5º anos de uma escola pública municipal localizada na área urbana de Alagoa Grande, Paraíba. A escolha da escola se deu pelo fato de ser a instituição escolar onde trabalho e por considerar que ela oferece elementos fundamentais para a constituição do trabalho que foi pesquisar as relações de gênero que são construídas em meio às brincadeiras durante o recreio escolar. Desta forma, tem papel importante na construção das identidades de gênero dos/as estudantes, porém não é a única instituição responsável por esta construção. Outras instituições, como a família e a igreja, além da mídia e do convívio em sociedade contribuem de forma significativa para esta construção. O recorte dessa pesquisa será a análise do contexto escolar. Assim, o artigo versará sobre o papel da escola nesta construção, porém reportando as demais instâncias que constituem os sujeitos. Com este olhar adentrei no espaço destinado ao recreio escolar para observar como são construídas as relações de gênero entre alunos e alunas através das brincadeiras. Portanto, trago para este artigo uma parcela dos resultados que conseguimos coletar através de uma abordagem etnográfica de pesquisa, fruto da observação participante para analisar as relações que foram construídas no espaço do recreio. Enfim, Um olhar pouco atento concluiria que o recreio é um espaço pleno de liberdade, mas as observações desenvolvidas colocam isto em discussão. Após relacionar os dados obtidos no universo empírico com o contexto teórico dos estudos de gênero, acredito ter sido possível mostrar o quanto as crianças não são tão "livres e espontâneas" dentro dele. Digo isto por considerar que, no recreio, as crianças brincam, falam e silenciam aquilo que aprendem que pode ser brincado, falado ou silenciado dentro de uma instituição social e generificada como é a escola.