O artigo tem como foco principal a análise sobre as práticas de seleção e organização dos saberes matemáticos dentro da sala de aula, visando compreender como ocorre à hierarquização e a seleção dos conteúdos de matemática no segundo ano do ensino fundamental. Em vista disso, os objetivos foram: analisar a seleção dos conteúdos do currículo na disciplina de matemática e identificar os motivos pelos quais certos conteúdos são selecionados. Para isso, foi realizada uma investigação do tipo descritiva, cujo cunho da pesquisa é um estudo de caso com abordagem qualitativa, realizada em uma escola da rede municipal de ensino da cidade do Recife. Para tal fim, utilizou-se como técnica de coleta de dados: a observação participante, a entrevista e a análise documental. Os materiais de pesquisa coletados e analisados constituíram-se de planejamentos de aula, diretrizes curriculares nacionais, caderno escolar, projeto político pedagógico da escola, livro escolar, caderneta escolar, Política de Ensino da Rede Municipal do Recife, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e a entrevista aplicada com a professora, referente ao espaço que a matemática ocupa na atualidade, assim como também questões referentes à hierarquização dos conteúdos. Como aporte teórico, os autores que fundamentaram esse estudo foram: Apple (1995), Bernstein (1996), Duarte (2001), Ludke & André (1986), Silva (2005) e Young (1971). Esse texto reflete sobre a urgência de investigarmos o processo de organização curricular na prática pedagógica e os critérios utilizados pelos professores na seleção e organização dos saberes trabalhados em sala de aula, para compreendermos como vem sendo realizada a formação dos nossos alunos. Posto isso, é necessário que pensemos sobre como o currículo está privilegiando determinados saberes em detrimento de outros. E que nos perguntemos: por que determinados conteúdos devem ser trabalhados em sala de aula e não outros?