Introdução: O processo formativo ao longo do curso de graduação em Fisioterapia vem sendo constantemente discutido, uma vez que há uma ampla área de atuação deste profissional. Ainda que ocorram esses esforços, todavia, os projetos político-pedagógicos dos cursos de Fisioterapia da maioria das Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras denotam certa resistência quanto à ação reflexiva capaz de gerar transformações nos mesmos. Objetivo: O presente trabalho tem por objetivo fornecer uma análise comparativa, através de relato de experiência, da formação acadêmica em fisioterapia em duas universidades distintas, sendo uma brasileira e outra irlandesa, considerando a estrutura curricular, atividades extra-curriculares desenvolvidas, estrutura física de ambas as instituições e processo de avaliação dos alunos. Métodos: Trata-se de um relato de experiência com foco em analisar, comparativamente, as vivências obtidas no decorrer do curso de fisioterapia em duas universidades distintas, sendo uma brasileira (Universidade Estadual da Paraíba – UEPB) e outra irlandesa (Trinity College Dublin – TCD), de modo a considerar os seguintes parâmetros: estrutura curricular, atividades extra-curriculares desenvolvidas, estrutura física de ambas as instituições e processo de avaliação dos alunos. Resultados e discussões: O curso de fisioterapia da UEPB é dividido em 10 semestres letivos, perfazendo uma carga horária de 4.440 horas. São oferecidos 72 componentes curriculares obrigatórios e 9 componentes curriculares eletivos. No tocante ao horário das aulas, as mesmas ocorrem em modalidade presencial, de segunda-feira a sexta-feira, iniciando das 7h às 19h. Na TCD, embora o curso de fisioterapia seja dividido em 4 anos acadêmicos letivos e sejam oferecidas apenas 23 disciplinas, a carga horária corresponde a 6.000 horas, ou seja, superior ao total previsto pela UEPB. O período de aulas é das 9h às 18h. Esse contraste evidente se deve ao fato de que, diferentemente das universidades no Brasil, a TCD considera como carga horária não apenas as aulas ministradas em sala de aula e estágios superviosionados, mas também, a quantidade de horas estipuladas para estudo extra-sala, garantindo ao aluno o tempo necessário para retenção do aprendizado e aprofundamento do conteúdo abordado durante as aulas. Nas atividades extra-curriculares desenvolvidas, enquanto a UEPB oferece programas de monitoria, pesquisa e extensão, evidenciou-se ausência de tais ofertas na TCD. No tocante à estrutura física, a UEPB encontra-se aquém da TCD em diversos aspectos, especialmente na estrutura de laboratórios e bibliotecas. Conclusão: Através do presente trabalho, é possível concluir que, apesar de o curso de fisioterapia existir e ser reconhecido em diversas nacionalidades, uma simples análise entre duas universidades de países diferentes permitiu a inferência de diversas discrepâncias. Em todos os aspectos analisados, foram encontrados contrastes. É necessário, portanto, que seja ampliado o espaço para debate das estruturas curriculares dos diversos cursos de fisioterapia no país, de modo que experiências possam ser trocadas. Além disso, percebe-se a necessidade das universidades em estarem mais abertas a tais diálogos, a fim de promover melhorias nos sistemas acadêmicos e, por conseguinte, melhora do processo de aprendizagem e formação de futuros profissionais.