A Grécia do século V a.C., inaugura a compreensão de ascese. Esse conceito corresponde ao exercício físico propriamente dito, associado as regras de vida (moral) dos gregos. No século XXI, o esporte toma para si uma lógica de mercado que se expressa nas instituições. Na sociedade de consumo a compreensão de saúde, esporte e o cuidar do corpo são para os especialistas em marketing fontes de lucro potencialmente inexauríveis. São questões de estudo desse estudo: é possível deslocar o conceito de ascese para o tempo atual? Na perspectiva de sociedade de consumo, é possível trazer para a Educação Física escolar, a discussão que cerca o saber ético como uma dimensão da formação humana? A partir da História da Educação e do estudo da Ética, enquanto disciplina filosófica, os objetivos desse estudo são: 1. apontar o conceito mais ampliado de ascese, como expressão filosófica para designar um arranjo moral que, acreditamos se deslocar no tempo e que se articula as discussões sobre formação humana; 2. trazer para a Educação Física escolar a discussão que cerca o saber ético como uma dimensão da formação humana, na perspectiva de sociedade de consumo. Esse artigo é estudo argumentativo-reflexivo, cuja organização do conhecimento segue dois eixos de discussão, a saber: 1. História e Filosofia: o deslocamento conceitual do ascese pelo tempo; 2. O fenômeno esportivo e a Educação Física no século XXI. Entendemos que o ascese é um conceito construído culturalmente. Expomos nossa aposta no profissional de Educação Física desse século, cujo desafio está no tratamento crítico dos conteúdos visto as questões históricas e éticas que os cercam.