Em Sergipe, assim como em outros Estados do país, as instituições pré-escolares surgiram mediante a necessidade do atendimento assistencialista para a criança e sua família. O ideal de educação para a criança emergiu no Estado a partir de discussões acerca dos princípios escolanovistas que vinham norteando a implantação de instituições educativas e a ampliação do atendimento infantil, sobretudo nos Estados mais desenvolvidos do país. Em princípio, os estabelecimentos existentes eram voltados para a preocupação com a saúde, alimentação, higiene e sobrevivência, considerando os problemas de saneamento urbano e moléstias que afetavam a saúde da criança, resultando em altos índices de mortalidade infantil. A criação do Jardim de Infância em Sergipe era uma novidade inspirada nas novas vertentes da pedagogia brasileira que esteve associada à fundação de uma Inspetoria de Higiene Infantil e Assistência Escolar, constituindo o projeto de edificação da “Casa da Criança de Sergipe”, no início da década de 1930. O objetivo desse artigo é analisar a trajetória histórica do primeiro Jardim de Infância Municipal de Aracaju, “José Garcez Vieira”. Inaugurado no dia 10 de novembro de 1944, “O Jardim do Centro Municipal de Assistência à Criança”, assim chamado inicialmente, tinha como finalidade atender a uma parcela da população quase que totalmente excluída das poucas políticas públicas de educação infantil em Aracaju. Essa instituição visava o atendimento educacional e assistencial da criança em Aracaju na década de 1940, no bairro Siqueira Campos, antigo bairro Aribé. Apoiando-se em fontes bibliográficas, iconográficas e documentais como jornais, revistas, decretos, portarias, entrevistas e fotografias, levantadas no Arquivo Público da Cidade de Aracaju, Arquivo da Instituição de Educação Infantil “José Garcez Vieira”, Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, Biblioteca Epifâneo Dórea e através da História Oral com os depoimentos da ex-professora, ex. aluno e mãe de ex. aluno. Além dos depoimentos, dos textos publicados na imprensa sergipana, dos decretos, portarias e atas. Os pressupostos teóricos e metodológicos que embasam esta pesquisa estão sendo analisados a partir dos conceitos de cultura escolar, com as normas e finalidades da escola, o papel e profissionalização do educador, os conteúdos e as práticas escolares da educação infantil. Os pressupostos teóricos estão ancorados em autores como Ariès (1981), De Certeau (1988), Del Priore (2000), Galvão (2001), Júlia (2001), Kishimoto (1998). Kuhlmann Jr. (2007).